O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) abrirá nesta segunda-feira (20), na Granja do Torto, a primeira reunião ministerial do ano, marcando o início da segunda metade de seu governo. O encontro reunirá os ministros para um balanço das ações realizadas e apresentação de metas para os próximos meses. O discurso de Lula, tradicionalmente transmitido ao vivo, deve abordar os desafios enfrentados e as prioridades do governo.
Reforma ministerial em pauta
A reunião ocorre em um momento de pressão de aliados no Congresso, que cobram mudanças no primeiro escalão do governo para acomodar lideranças de partidos que sustentam a base governista. Apesar da troca recente na Secretaria de Comunicação Social (Secom), com a entrada de Sidônio Palmeira, aliados pedem alterações em pastas estratégicas como Saúde, Mulheres, Justiça e nas secretarias de Relações Institucionais e Geral da Presidência.
Cenário econômico desafiador
A economia será tema central da reunião, já que o governo enfrenta dificuldades como a alta da Selic, atualmente em 12,25% ao ano, com tendência de aumento, segundo o Banco Central. A inflação de 2024 fechou em 4,83%, acima do teto da meta, e o dólar permanece acima de R$ 6, impactando o custo de vida.
Entre as prioridades econômicas está a proposta de isenção de imposto de renda para quem ganha até R$ 5 mil. No entanto, a medida, promessa de campanha de Lula, só entrará em vigor em 2026 se aprovada neste ano.
Polêmica do PIX e recuo estratégico
A recente norma da Receita Federal que ampliava a fiscalização de transações financeiras acima de R$ 5 mil gerou críticas e disseminação de fake news, incluindo rumores de que o PIX seria taxado. Mesmo após o presidente Lula desmentir a informação, o governo enfrentou resistência e decidiu revogar a norma para evitar mais desgaste.
Relação com o Congresso e política externa
Com a troca de comando na Câmara e no Senado em 2025, Lula busca fortalecer sua relação com o Congresso. Além disso, o governo trabalha na organização da COP30 em Belém, considerada uma oportunidade estratégica para reforçar a imagem do Brasil como líder em preservação ambiental e transição energética.
A reunião ministerial desta segunda-feira será decisiva para alinhar as ações do governo diante dos desafios políticos, econômicos e sociais que marcarão o ano.