O presidente da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da UFT (AAAMUFT), desativou as redes sociais em meio ao caos de uma denúncia de estupro de uma colega de curso no qual ele estaria envolvido.
O caso foi denunciado pela própria vítima que preferiu não se identificar e em um post no Instagram ela desabafou e disse que várias outras alunas se formaram e carregam até hoje os traumas.
“Triste eu ter que me esconder por um perfil que quase não movimento, para não sofrer represálias do grupo de fortes da UFT. Vocês são fortes porque ocupam cargos altos ou porque colecionam fotos das vítimas que fazem?” questionou.
Por correr um processo judicial , a Gazeta do Cerrado não pôde divulgar o nome do acusado. As investigações segundo explicou a Secretaria de Segurança Pública (SSP-TO) seguem em segredo de justiça.
A estudante seguiu afirmando em seu desabafo que um dos diretores – no caso o presidente – da Associação Atlética Acadêmica de Medicina da UFT (AAAMUFT) não consegue levar um fora sem empurrar meninas durante festas. (Entenda o caso no final da reportagem).
O acusado entrou no curso de Medicina da Universidade Federal do Tocantins no ano de 2018.
Após o episódio a Marcha Mundial das Mulheres no Tocantins repudiou o crime e disse que o caso não é isolado dentro da Universidade.
“A violência contra as mulheres infelizmente ainda é uma realidade muito presente na vida das estudantes da UFT, enraizada e legitimada a partir dos trotes machistas e das recepções (calouradas) de calouras e calouros na universidade violentos, misóginos e sexistas, desde o primeiro período na universidade.” (Veja na íntegra mais abaixo).
Nossa equipe tentou contato com a Atlética através do Instagram pra verificar se eles vão instaurar algum tipo de investigação interna enquanto Associação para averiguar o caso e se a AAAMUFT vai dar suporte para que outras possíveis vítimas do presidente possam denunciar, mas nossa mensagem não foi respondida.
Tentamos ainda contato com o acusado, mas como já informamos, suas redes sociais foram desativadas. A Gazeta do Cerrado tenta contato ainda com a defesa do estudante e ressaltamos que o espaço está aberto, caso haja interesse de todas as partes citadas na matéria em se posicionar sobre o assunto.
Nota Marcha Mundial da Mulheres no Tocantins
Marcha Mundial das Mulheres vem a público repudiar e se solidarizar com a estudante vítima de abuso sexual do ex presidente atlética e estudante de Medicina. O nome do mesmo não pode ser divulgado por incorrer em processo judicial*.
Vale ressaltar que este caso não é isolado na universidade. Além da denúncia também ter gerado uma discussão sobre outras possíveis violações que já o ocorreram.
A violência contra as mulheres infelizmente ainda é uma realidade muito presente na vida das estudantes da UFT, enraizada e legitimada a partir dos trotes machistas e das recepções (calouradas) de calouras e calouros na universidade violentos, misóginos e sexistas, desde o primeiro período na universidade. É desde o primeiro contato que expõe nossas meninas à violência, e à uma situação de isolamento e medo da denúncia, e os violadores tem seu comportamento legitimado desde a inserção na UFT. Essa cultura precisa mudar nas universidades e nas atléticas urgentemente!
Algumas das nossas militantes universitárias acompanharam na tarde e noite de ontem, 25/08, os desdobramentos sobre o caso e as providências judiciais e institucionais tomadas junto à ouvidoria da UFT, à Diretoria de Mulheres da UNE, ao Centro Acadêmico do Curso de Medicina, e à Atlética Absoluta. Desde a denúncia e judicialização do caso, prestando total acolhimento e solidariedade à vítima e respeitando suas decisões, e às demais estudantes do curso.
Casos como esse evidenciam a urgente reorganização do nosso coletivo feminista na UFT pós pandemia, para acolhimento, solidariedade entre as nossas e ação política conjunta das mulheres estudantes contra toda e qualquer violação contra nossos corpos, identidade, sexualidade e vidas! Não aceitaremos mais caladas!
Seguiremos em Marcha e em alerta feminista nas universidades para que nenhuma outra estudante passe por tamanha violência e violação.
A Marcha Mundial das Mulheres também se coloca à disposição para acompanhar este e demais casos semelhantes na UFT, acolhendo e orientando nas providências cabíveis e ações políticas que podemos construir juntas na universidade para que agressores não passem mais impunes.