Segundo o jornal El Pais desta sexta-feira, 29, a Promotoria espanhola pede condenação de mais de oito anos de prisão para a cantora colombiana Shakira, alegando fraude fiscal de 14,5 milhões de euros entre 2012 e 2014.
O Ministério Público, segundo a publicação, também estaria aplicando uma multa de cerca de 23, 5 milhões de euros.
Nesta semana, na quarta, dia 27, Shakira anunciou que recusou um acordo com a Promotoria espanhola e pretende continuar com o processo. A possibilidade de acordo ainda estaria aberta até eventual julgamento.
Shakira alega que a promotoria insistia em recolher o dinheiro de suas turnês, bem como de sua participação no The Voice estadunidense, antes mesmo de sua residência na Espanha. E ainda que pagou 17,4 milhões de euros reivindicados pelo Tesouro da Espanha e que não tinha dívidas pendentes com o Ministério das Finanças do País.
No entanto, em 2021, Shakira apareceu em uma investigação chamada “Pandora Papers” que continha documentos vazados pelo Consórcio Internacional de Jornalistas Investigativos onde estaria associada a Paraísos Fiscais.
Robin Hood colombiana?
A cantora, acusada de fraude fiscal pelo governo espanhol, também é fundadora da Ong Piez Descalzos, criada em 1997, que visa promover educação pública a crianças em situação de pobreza.
A Instituição iniciou a construção de mais de 25 centros educacionais em Guajira em 2020. Criando escolas em Catatumbo, Barranquilla, Quindó e Cartagena, sendo o colégio de Cartagena considerado a melhor instituição pública da Colômbia.
A organização Piez Descalzos também foi aclamada como a segunda organização mais admirada da Colômbia, por meio de uma pesquisa no país.
Com a acusação de evasão fiscal pela a Agência Tributária espanhola, em 2021 fãs de Shakira começaram a alegar que a cantora praticara uma espécie de reparação histórica contra o colonialismo espanhol.
Os advogados da cantora afirmam que até 2014 a maior parte de seus rendimentos vinham das turnês internacionais e que até 2022 não permaneceu mais que seis meses na Espanha, tempo necessário para considerar o país sua residência fiscal.