Kissy Oliveira, escritora e produtora cultural fala para o jornal quais o desafios dos fazedores de cultura em tempos de pandemia?
“Podemos dizer que 2021 foi um dos anos mais produtivos no campo cultural em Parauapebas. Algum desavisado pode falar: -Ué! Mas quase não teve show! Cultura se faz na base. O produtor cultural teve em 2021 diversas oportunidades de mostrar seu trabalho. Começamos o ano com a Mostra Cultural de todos os projetos aprovados na Lei emergencial de cultura, a Aldir Blanc. Ainda na fase mais restrita da pandemia, o projeto Sofá Cultural levou, através de lives temáticas, entretenimento da melhor qualidades. Nossos artistas das áreas da música, dança e teatro puderam apresentar seus trabalhos e voltar aos poucos a produzir depois de um ano praticamente parados”.
Por ser fazedora de cultura, o que tem a nos dizer quanto ao museu de Parauapebas?
Com um decreto que autorizava pequenos eventos foi a vez do Museu de Parauapebas entrar em cena através da exposição Nos Trilhos da Memória. A história de Parauapebas foi retratada através de obras feitas por uma equipe orquestrada pelo Mestre Afonso Camargo. Foi dele, uma das mais importantes inaugurações desse ano: a sua galeria e escola de arte onde Afonso promete passar pra frente parte dos conhecimentos artísticos adquiridos em tantos anos de atuação dentro e fora do município! Ainda na área das artes visuais, a incansável Sandra Santos da cooperativa Mulheres de Barro seguiu atuando no cenário cultural através de cursos e parcerias com outros segmentos.
Nos relate o que foi feito na área das artes visuais ?
Os artesãos, que em 2021 foram cadastrados para o recebimento da “Carteira do Artesão”, tiveram ainda a oportunidade de mostrar seu trabalho na 1a Expoarte que aconteceu na praça de eventos. O sucesso foi tanto que o eventos ganhou uma semana a mais de duração! Além disso, a Casa do Artesão foi reinaugurada no Partage Shopping, tendo seu tamanho ampliado e o tipo de produtos expostos mais diversificado.
E como funcionaram as escolas de cultura nesse período?
A escola de Musica Maestro Valdemar Henrique manteve suas aulas e os alunos, primeiro de forma online e depois presencialmente, puderam seguir aprendendo teoria e pratica musical com um time seleto de músicos/professores. Foram eles que inclusive encantaram plateias em vários eventos pelo municipio.
Kiki como ela é conhecida no meio artístico, fala sobre a dificuldade da manutenção da dança nesse período difícil?
Na dança, além de uma live toda dedicada a essa linguagem, tivemos mais uma edição do Dança Parauapebas além desse termos entrado na rota do Dança em Transito, sendo uma das 19 cidades a receberem este evento nacional que está em sua vigésima edição!
E ela também nos fala sobre o festival de cinema Curta Carajás?
Para a felicidade dos saudosistas de plantão, o festival de cinema Curta Carajás voltou e esperamos que seja pra ficar! Na área literária destaca-se as edições do Café Literário realizadas no Centro Cultural de Parauapebas onde rodas de conversa e apresentações sobre o universo dos livros e das palavras eram realizadas por uma equipe de peso!
Kissy, e quanto APL – Academia Parauapebense de Letras?
A Academia Parauapebense de Letras também não cruzou os braços e lançou dois trabalho esse ano: o Letras na Pandemia e o Antologia Construção de um Ideal, reunindo textos dos escritores membros e convidados de Parauapebas.
Fala pra nós qual foi a sensação de representar Parauapebas no Rio?
Na área literária nosso município foi representado na XX Bienal Internacional do Livro do Rio de Janeiro através da minha participação com o livro “De que cor eu sou?” que faz parte da coleção Pluralidade e que foi lançado no estande do projeto Paixão de Ler da Secretaria de Cultura do Rio de Janeiro. Eu sou produtora cultural e atuo no município há muitos anos como coreógrafa e gestora na área de políticas públicas de cultura. Depois desse panorama geral, Parauapebas pode esperar um 2022 repleto de eventos culturais de qualidade! Viu como cultura é muito mais do que show?
Nessa matéria abordamos um pouco sobre a cultura de Parauapebas.
Muito obrigado Kissy.