O pré-candidato à Presidência da República aproveitou a convenção do PSB, que formalizou a coligação nacional com o PT e Geraldo Alckmin -como candidato a vice presidente-, para se manifestar contra as forças militares de Jair Bolsonaro e convocar brasileiros a irem às ruas.
Às Forças Armadas têm suas funções estabelecidas na Constituição. As Forças Armadas nunca perguntam para quê e porquê da decisão de um presidente da República. Eles cumprem” diz
E completa: “O que precisamos é estabelecer uma relação de respeito, em que cada um cumpra com sua função. E não ter um presidente que trata as Forças Armadas como se fossem um objeto nas mãos dele.”
O ex-presidente pede que as pessoas não temam ir às ruas e que não aceitem provocações, afirmando que a rua é um espaço aberto, de livre circulação.
“Tem gente que acha que eu não devo fazer comício. Tem que fazer em lugar fechado. Daqui para frente é tudo em lugar aberto. Nós temos que ir para rua para mostrar que o povo brasileiro quer democracia de verdade. Nós não podemos ceder a esse fanfarrão”. Diz referindo-se a Jair Bolsonaro (PL) que tenta se reeleger como Presidente da República.
Na convenção, agora unido com o até então rival político, Geraldo Alckmin declara que a união dos dois é uma tentativa de tirar o Brasil do governo Bolsonaro do mapa da fome.
“Hoje é dia de mostrar que estamos unidos, firmes e determinados a livrar o Brasil do fanatismo político, da ruinosa política econômica que pôs o Brasil de volta no mapa da fome, que trouxe de novo a inflação, que empobreceu”, diz Alckmin.
“Não vamos cair no jogo da mentira, não vamos nos render às manhas de um presidente que não quer voltar para casa. É hora de Bolsonaro ir embora por todo mal que causou ao país, é hora de ir embora e, com ele, as ameaças, a bagunça e a incompetência”, completa.
Citando a parceria que até pouco tempo poderia parecer inusitada, Luiz Inácio Lula da Silva, diz que a chapa é uma forma de juntar a experiência de ambos em uma “revolução pacífica”
Em seu discurso, Lula fala da carta manifesto da Universidade de São Paulo (USP), que já conta com mais de 400 mil assinaturas, entre juízes, artistas e sociedade civil.
Ele afirma que a carta, inspirada no manifesto de 1977 em plena ditadura militar, é uma declaração de que a sociedade brasileira está cansada dos rompantes do governo Bolsonaro.
A apologia a violência no atual governo tem gerado pauta internacional após o assassinato do tesoureiro do PT Marcelo Aloizio de Arruda pelo policial penal bolsonarista Jorge José da Rocha Guaranho, em Foz do Iguaçu (PR).
Esse mês, a Comissão de Direitos Humanos e Minoria da Câmara dos Deputados entregou aos relatores da ONU uma denúncia contra o governo de Jair Bolsonaro, após a situação violenta no Paraná.
Segundo observadores das Nações Unidas, a atual situação de violência política no país remonta ao cenário de debates na ONU no Brasil da Ditadura Militar (1964-1985).