O ministro da educação Victor Godoy anunciou nesta quarta-feira, 27, que o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), Danilo Dupas, vai deixar o cargo.
Segundo declaração do Ministério da Educação (MEC), Carlos Moreno será o novo presidente do Inep. Esta é a 6a troca de posto do Instituto desde o início do governo Bolsonaro.
A substituição irá acontecer em menos de 4 meses do Exame Nacional do Ensino Médio, o Enem , que será aplicado nos dias 13 e 20 de novembro.
O que é o Inep?
Ligado ao Ministério da Educação (MEC), é o Instituto que aplica o ENEM todos os anos, além de outros exames como o Exame Nacional de Desempenho dos Estudantes (Enade) e o Exame Nacional para Certificação de Competências de Jovens e Adultos (Encceja), usados nas pesquisas de avaliação do próprio MEC.
Queda na gestão do Inep
O órgão, bem como o Ministério da Educação, tem sofrido grande fragilização com a chegada de Bolsonaro à presidência da República.
Na gestão de Dupas por exemplo, semanas antes da aplicação do Enem 2021, 37 servidores pediram exoneração de suas funções no Instituto, alegando “fragilidade técnica e administrativa da atual gestão máxima”.
No mesmo ano, os gestores do Inep tentaram realizar uma “comissão ideológica” para “adequar” questões, mas foram interrompidos pelo Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria Federal dos Direitos do Cidadão.
Servidores alegaram que sofreram pressão psicológica e vigilância velada na formulação do Exame, para que não escolhessem questões que desagradassem o presidente.
Na gestão de Marcus Vinícius Rodrigues, 2019, uma comissão no Inep barrou 66 questões por não considerarem seu conteúdo apropriado. Entre os temas das questões boicotadas se encontravam assuntos relativos à ditadura militar – que deveria ser alterada para “revolução militar”-, direitos da comunidade LGBTQIA+, cuidado e prevenção ao HIV/Aids e maioridade penal.