O Supremo Tribunal Federal (STF) tomou uma decisão de grande repercussão na última sexta-feira, 11 de abril, ao alcançar a maioria dos votos para ampliar o alcance do foro privilegiado. A proposta liderada pelo ministro Gilmar Mendes objetiva manter a prerrogativa de foro para crimes cometidos durante o exercício de cargo público, mesmo após o término do mandato.
Essa medida, apoiada pelo presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, visa evitar o constante encaminhamento de processos para outras instâncias após o fim dos mandatos, fenômeno que tem prejudicado a conclusão de investigações e minado a credibilidade do sistema penal brasileiro.
Durante seu voto, Barroso enfatizou os prejuízos causados pelo vaivém de processos entre diferentes instâncias judiciais, destacando também a permanente tentação de manipulação judicial por parte dos réus. Ministros como Dias Toffoli, Alexandre de Moraes, Cristiano Zanin e Flávio Dino também votaram favoravelmente à ampliação do foro privilegiado.
No entanto, o julgamento foi momentaneamente interrompido por um pedido de vista do ministro André Mendonça, o que adiciona um elemento de suspense à decisão. Os ministros têm até o final do dia 19 de abril para finalizar seus votos, mas a medida já provoca reações intensas na esfera política e jurídica do país.