Em uma decisão que refletiu a complexidade e a sensibilidade do caso Marielle Franco, a Câmara dos Deputados votou sobre a manutenção da prisão preventiva do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), acusado de ser mandante do assassinato da vereadora Marielle Franco e de seu motorista Anderson Gomes.
A sessão, encerrada pouco após as 19h30 da quarta-feira, 10 de abril, viu 277 votos a favor da manutenção da prisão, enquanto 129 deputados votaram contra, e 28 se abstiveram. A maioria da bancada tocantinense na Câmara dos Deputados votou pela liberdade de Chiquinho Brazão, destacando as divergentes opiniões dentro do Congresso sobre a questão.
Entre os representantes do Tocantins, os deputados Antônio Andrade (Republicanos), Eli Borges (PL), Felipe Martins (PL), Carlos Gaguim (UB), e Vicentinho Júnior (PP) votaram pela liberdade do acusado, enquanto Alexandre Guimarães (MDB) e Ricardo Ayres optaram pela manutenção da prisão. O deputado Lázaro Botelho (PP) se absteve.
A prisão do deputado Chiquinho Brazão foi ordenada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, após decisão da 1ª Turma do STF. O caso, que envolve também o irmão do deputado, Domingos Brazão, conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro, tramita no Supremo devido ao foro privilegiado dos envolvidos.
A votação na Câmara dos Deputados seguiu o parecer da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJ), que recomendou a manutenção da prisão preventiva por crime flagrante e inafiançável de obstrução de Justiça com o envolvimento de organização criminosa.
O assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes em março de 2018 continua sendo um dos casos mais emblemáticos da criminalidade no Brasil, despertando clamor por justiça e reflexão sobre a segurança pública e o papel das instituições na proteção dos direitos fundamentais.