Por: Leandro Cardoso
No dia 20 de Novembro, o Brasil se une para celebrar o Dia da Consciência Negra, uma data que reverencia a figura de Zumbi dos Palmares, ícone da resistência contra a escravidão. A celebração tem como objetivo fomentar a reflexão sobre a cultura afro-brasileira e os negros escravizados de sua terra que construíram este país, que até hoje são invisibilizados, e promover a conscientização no combate ao racismo, buscando a construção de uma sociedade mais justa e igualitária.
Ao redor do país, uma série de eventos são planejados, abrangendo desde atividades culturais e debates até apresentações artísticas. O intuito é evidenciar a contribuição significativa dos afrodescendentes na musicalidade, culinária, moda, fala e centenas de outras de contribuição que os negros trouxeram para estas terras e além de tudo na formação da identidade nacional e, simultaneamente, abordar questões relacionadas às desigualdades sociais, discriminação racial, e a necessidade de promover a valorização da diversidade étnica.
Ao longo de décadas, desde a formação dos primeiros quilombos no Brasil, a herança de resistência e cultura afrodescendente continua a se manifestar. De acordo com dados da Fundação Cultural Palmares, o país conta com mais 2.474 comunidades quilombolas certificadas, espalhadas por diversas regiões. E em nosso estado, o Tocantins, existem 45 comunidades como estas.
A pesquisa ‘Percepções sobre o Racismo no Brasil’, conduzida pelo Inteligência em Pesquisa e Consultoria Estratégica (Ipec) consultou mais de 2 mil pessoas de 16 anos ou mais em todas as regiões do país entre os dias 14 e 18 de abril de 2023. A pedido do Instituto de Referência Negra Peregum e do Projeto Seta, revela que 96% dos brasileiros acreditam que pessoas pretas são as mais afetadas pelo racismo no país. Os dados também destacam que 57% dos entrevistados identificam os indígenas e 38% os imigrantes africanos como grupos igualmente impactados pela discriminação racial.
Além disso, os dados apontam que uma expressiva maioria, representando 88% dos participantes, concorda que pessoas pretas são mais frequentemente criminalizadas em comparação com os brancos. Esses resultados ressaltam a persistência de estereótipos prejudiciais e desigualdades raciais no Brasil, reforçando a necessidade contínua de abordar e combater o racismo em todas as suas formas.
O Dia da Consciência Negra se configura não apenas como uma data comemorativa, mas como um momento propício para intensificar o diálogo sobre temas cruciais, fortalecer o compromisso com a igualdade racial, e reafirmar a importância da luta coletiva contra o racismo em todas as suas formas.