Só em 2022, foram diagnosticados no Tocantins 698 casos novos de hanseníase na população geral e 43 casos novos na população menor de 15 anos. A conscientização é primordial para a prevenção e tratamento de diversas doenças. Ciente disto, a Secretaria de Estado da Saúde (SES-TO) chama a atenção da população para o Dia Mundial Contra a Hanseníase e o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase, ambos celebrados em todo último domingo do mês de janeiro.
O Dia Mundial de Contra a Hanseníase foi criado pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1954, já o Dia Nacional de Combate e Prevenção da Hanseníase teve sua criação feita por meio da Lei n° 12.135, de janeiro de 2009. As datas têm como intuito conscientizar e alertar a população sobre o cuidado com a Hanseníase.
A diretora de Vigilância de Doenças Transmissíveis e Não Transmissíveis da SES-TO, Gisele Silva Carvalho Luz, explica que “a Secretaria presta auxílio aos municípios no tratamento da enfermidade. Todos os esforços são necessários para o enfrentamento da doença que envolve compromisso político, ações estratégicas e o estabelecimento de parcerias eficazes e sólidas visando a redução da carga da doença e das incapacidades físicas”.
A diretora complementa que “o Estado do Tocantins visa fortalecer o Programa Estadual da Hanseníase em todos os níveis de complexidade. Um grande avanço para 2023 foi a Aprovação da Linha de Cuidado da Pessoa com Hanseníase pelo Conselho Estadual de Saúde no último dia 19 de janeiro”.
Segundo a responsável técnica pela área de hanseníase no Tocantins, Dany Carvalho Monteiro, “o Estado reforça a necessidade de atenção e mobilização e combate a doença, e trabalha junto aos municípios ao longo do ano para que a informação sobre a hanseníase chegue à população e a procura o para o diagnóstico seja maior, pois a partir do diagnóstico precoce, do tratamento oportuno e da avaliação dos contatos é que interrompe a cadeia de transmissão e evita novos adoecimentos”.
A doença
A hanseníase é uma doença infecciosa, contagiosa, de evolução crônica causada pela bactéria Mycobacterium leprae. Atinge principalmente a pele, as mucosas e os nervos periféricos, com capacidade de ocasionar lesões neurais.
A transmissão da hanseníase ocorre pelo contato prolongado de pessoa a pessoa, por meio de gotículas de saliva (tosse ou espirro), com uma pessoa que esteja com a doença e que não esteja tratando. O tratamento da doença é ofertado gratuitamente pelo SUS, por meio das Unidades Básicas de Saúde (UBS), feito de forma ambulatorial.
Os sintomas da doença são:
– Manchas (brancas, avermelhadas, acastanhadas ou amarronzadas) e/ou área (s) da pele com alteração da sensibilidade térmica (ao calor e frio) e/ou dolorosa (à dor) e/ou tátil (ao tato);
– Comprometimento do(s) nervo(s) periférico(s) – geralmente espessamento (engrossamento) – associado a alterações sensitivas e/ou motoras e/ou autonômicas;
– Áreas com diminuição dos pelos e do suor;
– Sensação de formigamento e/ou fisgadas, principalmente em mãos e pés;
– Diminuição ou ausência da sensibilidade e/ou da força muscular na face, e/ou nas mãos e/ou nos pés;
– Caroços (nódulos) no corpo, em alguns casos avermelhados e dolorosos.
Estratégia
O Ministério da Saúde (MS) lançou a Estratégia Nacional de Enfrentamento para 2023-2030, que tem perspectiva de que os estados fomentem a implantação do Protocolo Clínico de Diretrizes Terapêuticas da Hanseníase (PCDT), com a disponibilização de novos testes nos municípios.
O objetivo é reduzir em 55% a taxa de casos novos de hanseníase em menores de 15 anos de idade até 2030; dar andamento a 100% das manifestações sobre práticas discriminatórias em hanseníase registradas nas Ouvidorias do SUS, entre outras.