A Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) publicou, nesta sexta-feira, 29, um comunicado em que diz estar preocupada com a situação de violência política em que o Brasil se encontra.
No texto, a Comissão também cita a morte de Marcelo Aloizio de Arruda, guarda municipal e tesoureiro do PT pelo policial federal bolsonarista, causada por motivações políticas
O texto ainda faz referência ao próprio presidente, apesar de não citar seu nome, quando diz que a grande polarização política do país “pode ser acentuada ou exacerbada pelos discursos públicos de intolerância por parte de altas autoridades e de outras lideranças políticas”.
“Esse conceito se refere a pessoas em posições de liderança ou com significativo poder, influência e alcance na esfera pública, como autoridades públicas eleitas ou nomeadas, pessoas candidatas a cargos públicos, líderes e titulares de partidos políticos”, diz o texto.
A CIDH faz um apelo ao Estado para garantir medidas de proteção e segurança no contexto eleitoral, além de realizar investigações em casos de violência política.
A comissão também mostrou preocupação com o aumento da posse de armas de fogo no Brasil, bem como sua flexibilização pelo próprio Poder Executivo que facilitou seu registro e distribuição.
“Isso contribui para um cenário agravado de violência política. Tal cenário deve servir para analisar os eventos acima descritos, não como eventos isolados, mas como parte de um contexto de violência politicamente motivada”, afirma declaração.
A CIDH é um órgão da Organização dos Estados Americanos (OEA), que promove a observância e defesa dos direitos humanos, atuando como órgão consultivo da OEA na temática. A CIDH é composta por sete membros independentes eleitos pela Assembleia Geral da OEA a título pessoal, sem representarem seus países de origem ou de residência.