A Receita Federal divulgou nesta terça-feira (28) que a arrecadação do governo federal alcançou R$ 2,709 trilhões no ano de 2024, o maior valor registrado desde o início da série histórica, em 1995. Descontada a inflação pelo IPCA, o montante arrecadado ficou em R$ 2,653 trilhões, representando um crescimento real de 9,6% em relação a 2023.
Segundo a Receita, o resultado recorde foi impulsionado pela expansão da atividade econômica, pelo retorno da tributação de combustíveis, que elevou o recolhimento de PIS/Cofins, e pelo aumento da arrecadação do Imposto de Renda sobre rendimentos de capital.
O secretário especial da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, destacou que o desempenho reflete os avanços da política econômica e a reativação de setores produtivos:
“Os números traduzem a recuperação econômica que vivemos no ano passado. A baixa histórica do desemprego e o aumento da massa salarial também desempenharam um papel crucial na arrecadação de 2024.”
Destaques tributários
Entre os tributos que tiveram maior crescimento, estão:
• Cofins/PIS-Pasep: R$ 541,743 bilhões (+18,6% em relação a 2023);
• Contribuições previdenciárias: R$ 685,012 bilhões (+5,34%);
• Imposto sobre Importação e IPI vinculado à importação: R$ 109,608 bilhões (+33,75%);
• IRRF – Rendimentos de capital: R$ 146,539 bilhões (+13,12%);
• IRPJ e CSLL: R$ 502,720 bilhões (+2,85%).
Avanços econômicos
O crescimento da arrecadação foi acompanhado de bons indicadores macroeconômicos, como:
• Produção industrial: +3,22%;
• Vendas de bens: +3,97%;
• Vendas de serviços: +2,9%;
• Valor das importações: +8,65%;
• Massa salarial: +11,78%.
Mudanças na política fiscal
Robinson Barreirinhas ressaltou o foco em uma fiscalização mais orientadora e justa:
“Buscamos desonerar pequenos contribuintes e empresários produtivos, enquanto focamos na tributação de grandes rendas passivas e super-ricos. Essa estratégia trouxe à tributação patrimônios antes ocultos, como fundos fechados no exterior.”
Com a economia aquecida e políticas tributárias mais direcionadas, o governo federal entra em 2025 com o desafio de sustentar esse crescimento, enquanto busca maior justiça fiscal e equilíbrio nas contas públicas.